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10 erros em projetos de digitalização de ativos (e como evitá-los)

17 de dezembro de 2025

Erros em projetos de digitalização são muito mais comuns do que se imagina e, na maioria das vezes, não têm relação direta com a tecnologia em si, mas com processos, pessoas e decisões estratégicas. À medida que a indústria avança rumo à manutenção 4.0, cresce a pressão por resultados rápidos, redução de custos e maior confiabilidade. 

No entanto, quando a digitalização é iniciada sem estrutura, sem critérios claros e sem alinhamento entre áreas, o projeto tende a perder força, gerar retrabalho e não entregar o retorno esperado. Isso evidencia que digitalizar não é apenas instalar dispositivos ou coletar dados e sim, transformar a forma como a operação interpreta, decide e age sobre esses dados.

Por isso, neste artigo, mostramos os erros mais comuns cometidos em projetos de digitalização de ativos, como evitá-los com base em práticas reais do setor e, ao final, apresentamos como a solução Dynamox apoia uma jornada de digitalização sólida, escalável e orientada a resultados.

Principais erros em projetos de digitalização

Os aprendizados apresentados a seguir foram extraídos do webinar “Monitoramento 4.0 com a CBA e Dynamox – Como digitalizar os seus ativos”, no qual foram discutidos, de forma prática, os motivos mais frequentes que levam iniciativas de digitalização a falhar dentro das indústrias. 

A partir desses insights, estruturamos os principais erros que comprometem resultados. Evitá-los aumenta as chances de sucesso para as empresas que estão iniciando ou ampliando sua jornada de transformação digital industrial:

1. Iniciar a digitalização sem revisar planos e estratégias de manutenção

Muitas empresas possuem planos antigos, incompletos ou mal distribuídos e, quando se inicia a digitalização sobre essa base frágil, o resultado é um caos ainda maior.

Dessa forma, antes de instalar sensores, definir rotas digitais ou estruturar indicadores, é essencial revisar o que já existe: planos PM, ciclos de manutenção, critérios de inspeção, hierarquia de ativos e responsabilidades operacionais. Sem essa etapa, a tecnologia não encontra aderência no campo, os dados não se conectam à rotina e o projeto não alcança o resultado esperado.

A digitalização só funciona quando os processos estão preparados para recebê-la. Caso contrário, qualquer sistema implantado será apenas trabalho extra, e não solução.

2. Falta de metodologia e critérios de priorização

Um dos erros em projetos de digitalização mais comuns é iniciar a implantação sem critérios claros para decidir o que digitalizar primeiro. Sem uma metodologia estruturada, o projeto rapidamente perde foco, disputa recursos com outras iniciativas e não consegue demonstrar valor no curto prazo.

Na prática, isso significa que as iniciativas ficam à mercê de percepções individuais ou urgências momentâneas, em vez de seguir um processo técnico de seleção. Desse modo, ativos pouco relevantes acabam recebendo tecnologia, enquanto os equipamentos realmente críticos seguem sem visibilidade. O resultado é um projeto que consome tempo e orçamento, mas não entrega impacto mensurável.

Do contrário, quando existe metodologia, o cenário muda. Critérios como, por exemplo, criticidade, risco, impacto em segurança, custo de falha e maturidade dos processos ajudam a priorizar corretamente, garantindo que a digitalização comece onde o retorno é maior. Além disso, uma estrutura de priorização bem definida funciona como filtro natural para impedir iniciativas mal planejadas, evitando que o projeto morra antes de gerar resultados.

3. Digitalizar sem clareza do problema a ser resolvido

Outra falha na digitalização é iniciar a implantação sem uma definição clara do objetivo. Muitas iniciativas começam motivadas por tendência tecnológica ou pelo desejo de “inovar”, mas não por um problema concreto do processo produtivo. Quando isso ocorre, a digitalização perde o propósito, gera resistência e, sobretudo, não entrega valor.

Além disso, sem essa clareza torna-se impossível definir metas, indicadores de sucesso ou mesmo justificar o investimento. A consequência natural é a frustração das lideranças e o abandono da iniciativa antes dela atingir a maturidade.

Digitalizar exige, antes de tudo, compreender profundamente qual decisão precisa ser melhorada, qual risco deve ser reduzido ou qual ineficiência deve ser eliminada. A tecnologia, nesse contexto, não é o ponto de partida, mas sim o meio para atacar um problema real e mensurável. Quando o projeto começa orientado por objetivos claros, a adoção aumenta, o ROI aparece e a digitalização se torna estratégia.

4. Não apresentar um estudo de viabilidade sólido

A ausência de um estudo de viabilidade estruturado, capaz de demonstrar a factibilidade técnica e retorno econômico, também é um erro comum. Sem isso, a iniciativa não se sustenta diante da diretoria, pois compete com outras demandas orçamentárias que já possuem impacto financeiro comprovado.

Dessa maneira, projetos de digitalização precisam mostrar, de forma objetiva:

  • Quanto custa a falha atual, considerando indisponibilidade, perdas produtivas e riscos operacionais;
  • Qual redução de falha ou aumento de disponibilidade é esperado após a implantação;
  • Qual economia direta pode ser obtida com intervenções mais assertivas;
  • Como a digitalização contribui para metas corporativas (segurança, estabilidade operacional, eficiência energética etc.).

Sem essa modelagem, o projeto é percebido apenas como uma proposta tecnológica, e não como uma iniciativa de geração de valor. É exatamente por isso que muitas propostas não avançam: não falham pela ideia, mas pela incapacidade de traduzir o impacto em indicadores que orientam a tomada de decisão executiva.

Ou seja, a digitalização só recebe aprovação quando demonstra, de forma quantificável a redução de custos e risco do processo, deixando claro o retorno produzido.

5. Engajar as pessoas somente depois da implantação

Um dos erros mais recorrentes em projetos de digitalização é acreditar que a adoção acontecerá automaticamente após a instalação dos sensores, dashboards ou plataformas. Na prática, nenhum projeto se sustenta sem engajamento operacional desde o início.

Dessa forma, se as equipes não entenderem o propósito da digitalização, como utilizar os dados e qual benefício isso traz para sua rotina, o sistema é subutilizado, negligenciado ou até abandonado. A tecnologia funciona, mas o que falha é o uso.

Por isso, o processo precisa incluir:

  • Treinamento contínuo, não apenas na implantação, mas durante a maturação do projeto;
  • Comunicação clara sobre responsabilidades, rotinas e ganhos esperados;
  • Suporte técnico ativo, garantindo que dúvidas, ajustes e evoluções não paralisem o uso da solução.

Assim, quando as pessoas não são envolvidas desde o início, entendendo como o processo melhora sua própria entrega, o projeto perde tração, adota-se parcialmente ou nunca alcança o ROI previsto.

6. Não medir resultados

A ausência de métricas claras é um dos fatores que mais compromete a sustentabilidade de projetos de digitalização. Sem indicadores estruturados, não é possível demonstrar melhoria, avaliar desempenho ou comprovar retorno sobre investimento.

Dessa forma, para garantir evolução real, é necessário acompanhar diferentes dimensões do projeto, como por exemplo:

  • Indicadores técnicos: falhas evitadas, evolução da condição, disponibilidade dos ativos.
  • Indicadores financeiros: economia gerada, redução de corretivas, ROI do projeto.
  • Indicadores operacionais: uso consistente da plataforma, taxa de tratamento de alertas, aderência às rotinas.

No caso da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), exposto no Webinar, o avanço do monitoramento 4.0 só foi possível após a definição de 111 pontos de avaliação, integrando critérios técnicos, operacionais, de governança e de desempenho financeiro. Essa abordagem estruturada permitiu identificar desvios rapidamente, validar hipóteses e sustentar a evolução do programa com base em evidências objetivas.

7. Tentar digitalizar com PCM e governança desestruturados

Um dos erros mais recorrentes em projetos de digitalização é tentar implantar tecnologia em um ambiente onde processos, rotinas e governança ainda não estão estabilizados.

A digitalização só ganha tração quando o Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) possui fundamentos sólidos: planos bem estruturados, rotinas claras, responsável definido, disciplina de execução e mecanismos de feedback. Sem esses elementos, os dados gerados pelos sensores não se convertem em ação, e o projeto perde credibilidade rapidamente.

Ademais, a governança é determinante para garantir consistência. Isso inclui:

  • Responsabilidades bem distribuídas entre operação, manutenção e engenharia;
  • Processos padronizados, evitando interpretações diferentes sobre o uso dos dados;
  • Fluxos definidos para tratamento de alertas e tomada de decisão;
  • Acompanhamento sistemático de indicadores e aderência às rotinas.

Em síntese, sem PCM estruturado e sem governança ativa, a digitalização se torna apenas mais uma iniciativa isolada, incapaz de transformar a manutenção ou gerar valor operacional. A tecnologia é o catalisador, mas a base precisa estar pronta antes dela entrar.

8. Digitalizar sem taxonomia e árvore de ativos bem definidas

Outro ponto de extrema importância é padronizar a taxonomia e estruturar corretamente a árvore de ativos antes de avançar na digitalização. Quando cada área, planta ou unidade utiliza nomenclaturas diferentes, surgem problemas como:

  • Cadastros duplicados ou inconsistentes;
  • Dificuldade de rastrear histórico de manutenção;
  • Indicadores que não conversam entre si;
  • Impossibilidade de comparar ativos semelhantes entre plantas;
  • Falhas na associação entre sensores, equipamentos e eventos.

No caso da CBA, citada no Webinar, a empresa apenas conseguiu ganhar escala no projeto depois de uniformizar o cadastro dos ativos, garantindo que todos seguissem o mesmo padrão independente da unidade ou mantenedor. Esse alinhamento foi decisivo para que os dados coletados fossem confiáveis e para que a digitalização pudesse evoluir com consistência.

9. Falta de responsabilização operacional

A digitalização falha quando não há responsabilidade direta da operação sobre a integridade dos sensores e do processo. No exemplo da CBA, durante as primeiras fases do projeto, ocorria a remoção, dano ou perda de sensores durante intervenções. Isso gerava lacunas no histórico, inconsistência nas análises e atrasos nas ações de manutenção.

Para corrigir o problema, a empresa adotou um critério simples: se ocorresse perda ou dano em um sensor, a própria unidade é responsável pela reposição.

Assim, a medida eliminou o efeito “terra de ninguém” e reforçou o entendimento de que o monitoramento digital não pertence apenas ao time de confiabilidade, mas faz parte da rotina operacional. Sem essa corresponsabilidade, aumentam os desvios, a qualidade dos dados se deteriora e o projeto perde tração ao longo do tempo.

10. Escalar antes de validar

Por fim, outro erro em projetos de digitalização é a expansão para toda a planta antes de validar sua eficácia em um ambiente controlado. Quando isso acontece, a empresa multiplica incertezas, aumenta custos e compromete a credibilidade do programa, especialmente porque problemas de processo, governança e rotina ficam mais difíceis de corrigir em larga escala.

Dessa forma, recomenda-se começar com pilotos estruturados, ou seja, pequenos grupos, frentes ou células que testam a tecnologia em condições reais, mas com escopo limitado. 

Após o piloto demonstrar maturidade, elabora-se um estudo de viabilidade, garantindo escala com base em resultados concretos, e não apenas expectativa ou pressão por implementação rápida. Assim, evita-se desperdiçar recursos e possibilita que a digitalização cresça de forma sustentável.

Checklist essencial para estruturar a digitalização de ativos

Após entender os principais erros que levam projetos de digitalização ao fracasso, é fundamental organizar um processo de implantação que seja realista, escalável e orientado à confiabilidade

Assim, o checklist abaixo resume os elementos mínimos que um projeto deve atender para gerar valor consistentemente:

Checklist para não errar no processo de digitalização

Como a digitalização se conecta ao monitoramento contínuo

A digitalização deve ser sustentada por dados confiáveis. Por isso, o monitoramento contínuo e a manutenção preditiva são elementos centrais ao fornecer informações reais sobre a condição dos ativos.

Dessa forma, com dados frequentes, rastreáveis e comparáveis, erros como falta de priorização, ausência de métricas, dificuldade de comprovar ROI e baixa governança deixam de ser barreiras.

O monitoramento 4.0 transforma a digitalização em um processo contínuo. A prática alimenta o PCM, reforça padrões de análise e apoia decisões baseadas em evidências, não em percepções subjetivas.

Indústrias que querem implementar essa estratégia de maneira eficiente contam com a solução Dynamox. Dessa forma, o ecossistema de produtos se torna um aliado do processo, ao contemplar:

  • Sensoriamento inteligente

Os sensores sem fio (DynaLoggers) realizam o monitoramento contínuo de vibração e temperatura, enquanto os sensores cabeados atendem ativos de alta criticidade e aplicações que exigem dados em tempo real. Esse conjunto garante informações confiáveis desde o primeiro dia, reduzindo incertezas e fortalecendo a priorização dos ativos certos.

  • Coleta automática e integração estruturada

O coletor automatizado (DynaGateway), envia os dados automaticamente para a nuvem, sem necessidade de rotinas manuais. Assim, eliminam-se falhas de disciplina, diminuem-se desvios operacionais e reforça a governança do processo, pontos essenciais para sustentar qualquer projeto de digitalização.

  • Plataforma analítica e diagnóstico acelerado

Na Dynamox Platform, tendências, espectros, comparativos e histórico completo se integram em um único ambiente. Com o apoio do DynaDetect, a inteligência artificial destaca anomalias relevantes e acelera o diagnóstico técnico, permitindo demonstrar valor rapidamente e facilitando auditorias, tratativas e tomada de decisão.

Além disso, contamos com outras soluções como, por exemplo, rotinas de inspeção digital, DynaSens, monitoramento especialista para ativos críticos e complexos com o Asset Pro e um dashboard de gestão visual, o DynaNeo. Tudo isso disponível e integrado na plataforma Dynamox.

Quer evoluir sua estratégia de digitalização com dados consistentes e análises avançadas? 

Fale com os especialistas da Dynamox e entenda como implantar monitoramento 4.0 com resultados reais.

Perguntas frequentes sobre digitalização de ativos – FAQ

Quanto tempo leva para digitalizar uma planta?

O tempo necessário para digitalizar uma planta varia de acordo com o porte industrial, a complexidade dos processos e o nível de maturidade da manutenção. Em geral, recomenda-se iniciar por pilotos pequenos, com prazo de conclusão de poucas semanas, para validar a metodologia, ajustar processos e comprovar benefícios.

Ademais, a expansão para áreas maiores costuma levar alguns meses, especialmente em plantas com grande número de ativos e múltiplas áreas envolvidas. Já a digitalização completa depende diretamente da existência de uma boa governança, taxonomia padronizada e integração entre equipes. Assim, quanto mais estruturados estiverem os processos de manutenção, mais rápida e consistente será a implantação.

É possível digitalizar apenas ativos críticos?

Sim, e essa é frequentemente a abordagem mais eficaz. Focar inicialmente nos ativos críticos permite concentrar esforços onde o impacto operacional é maior, além de acelerar a comprovação de valor para a liderança. A partir dos resultados desse núcleo inicial, é possível fazer a expansão de forma planejada para outros equipamentos. Dessa forma, você reduz riscos, evita sobrecarga de equipes e facilita ajustes antes de ampliar o processo para outros equipamentos.

Como convencer a diretoria a aprovar um projeto de digitalização?

A aprovação depende de apresentar um estudo de viabilidade sólido, baseado em impactos financeiros e operacionais reais. A diretoria tende a apoiar projetos que demonstram claramente a redução de paradas não programadas, diminuição de custos de manutenção corretiva e aumento da disponibilidade dos ativos. Além disso, pesa muito a mitigação de riscos de segurança, o atendimento a auditorias e o suporte às práticas de gestão de ativos.

Em resumo, o argumento mais convincente é a combinação entre retorno financeiro estimado e mitigação de risco, e não a tecnologia em si.

O que deve ser priorizado primeiro: sensores, sistemas ou processos?

Antes da tecnologia, é fundamental estruturar os processos. Por isso, sem um PCM organizado, taxonomia confiável, fluxo de responsabilidades definido e rotinas bem estabelecidas, a digitalização tende a fracassar ou gerar resultados inconsistentes.

Após estabilizar essa base, o passo seguinte é identificar os ativos críticos, revisar estratégias de manutenção e validar alguns pilotos em pequena escala. Somente então ocorre a implantação de sensores, plataformas analíticas e conectividade. A tecnologia é aceleradora do processo, mas depende de governança para gerar valor real.

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